Olá! Povo de D'us

Não é em imaginação que fico mais calma e que me encho de esperança quando olho o céu, as nuvens, a Lua e as estrelas. É um remédio melhor do que a valeriana e o bromo. A natureza torna-me um ser humilde, torna-me capaz de suportar melhor todos os golpes.

As pessoas com mais idade já têm opiniões formadas sobre todas as coisas e já não vacilam, não hesitam perante as dificuldades da sua vida. A nós, os jovens, custa-nos manter-nos firmes nos nossos pareceres por vivermos numa época em que mostra pelo seu lado mais horroroso, em que se duvida da verdade, do direito, de Deus.
Pr Jonathan de Almeida

Númeração Grega

Tradicionalmente, o pai da matemática grega pode-se dizer que foi Tales de Mileto, um mercador que visitou a Babilónia e o Egipto na primeira metade do século VI a.C. A sua figura é lendária, mas encerra algo de eminentemente real. Ela simboliza as circunstâncias sob as quais foram estabelecidos os fundamentos não só da nova matemática, mas também da ciência e da filosofia modernas.

Os primeiros estudos de matemática grega tinham um objectivo principal: compreender o lugar do homem no universo de acordo com um esquema racional. A matemática ajudava a encontrar a ordem no caos, a ordenar as ideias em sequências lógicas, a encontrar princípios.
Infelizmente, não existem fontes que nos possam dar um panorama do desenvolvimento inicial da matemática grega. Os códices existentes provêm da era cristã e islâmica e são apenas escassamente completados por notas de papiros egípcios um pouco mais antigos.
Para nos informarmos sobre os anos de formação da matemática grega temos de reler inteiramente pequenos fragmentos transmitidos por autores mais recentes e observações dispersas de filósofos e de outros que não eram autores estritamente matemáticos.
Nos tempos de Alexandria, ou talvez antes, apareceu um método de escrita de números que foi utilizado durante quinze séculos, não só por cientistas, mas também por mercadores e administradores. Usavam os sucessivos símbolos do alfabeto grego para exprimir, primeiro, os nossos símbolos 1, 2, ..., 9, depois, as dezenas de 10 a 90 e, finalmente, as centenas de 100 a 900. Três letras arcaicas extra, (V- digamma,   - koppa,   - sampi ), eram acrescentadas ás 24 letras do alfabeto grego, para que se obtivessem os 27 símbolos necessários. Com a ajuda deste sistema, qualquer número menor que 1000 podia ser escrito com três símbolos no máximo.
A representação dos números era feita da seguinte forma:
a =1    i =10     r =100
b =2    k =20    s =200
g =3    l =30    t =300
d =4    m =40    u =400
e =5    n =50     f =500
V =6    x =60     c =600
z =7    o =70    y =700
h =8    p =80    w =800
q =9      =90   =900
Alguns exemplos:
14 em numeração grega escreve-se    i d (10+4);
283 em numeração grega escreve-se  s p g (200+80+3);
754 em numeração grega escreve-se    y n d (700+50+4);

Para representar milhares, até 10.000 exclusive, fazia-se uma marca à esquerda da letra. Por exemplo:
5000 em numeração grega escreve-se ¢e
6751 em numeração grega escreve-se   ¢V y n a (6000+700+50+1);
9888 em numeração grega escreve-se    ¢q w p h (9000+800+80+8);

Para números superiores ou iguais a 10.000 usava-se a letra M para representar 10 milhares. Vejamos alguns exemplos:
10.000 em numeração grega escreve-se Ma (1*10.000);
20.000 em numeração grega escreve-se Mb (2*10.000);
23.000 em numeração grega escreve-se Mb 'g (2*10.000+3000);
71.750.000 em numeração grega escreve-se M¢ z r o e ((7*1000+100+70+5)*10.000);
Existem testemunhos arqueológicos de que este sistema de numeração era ensinado nas escolas.
Um pouco de prática com este sistema pode convencer-nos de que é possível operar facilmente com as quatro operações elementares, uma vez que o significado dos símbolos esteja bem dominado.
Tem sido argumentado que este sistema alfabético foi prejudicial ao desenvolvimento da álgebra grega, porque o uso de letras para representar os números em geral, tal como fazemos na nossa álgebra actual, pode tornar-se complicado. Esta explicação para a ausência de uma álgebra grega anterior aDiofanto deve ser rejeitada, mesmo que aceitemos a grande importância de uma notação apropriada. Se os autores clássicos estivessem interessados na álgebra, teriam criado um simbolismo apropriado, o qual Diofanto tinha na realidade começado a criar. O problema da álgebra grega só pode ser elucidado através de estudos futuros sobre as relações entre os matemáticos gregos e a álgebra babilónica no conjunto das conexões entre a Grécia e o Oriente.
Tarefas Didácticas:
Represente os seguintes números na notação alfabética grega:
- 62;
- 125;
- 4821;
- 24855;
Representa em numeração árabe :
lV ;
- rnh ;
- Mh 'b ;
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Curiosidade:
O sistema grego também chegou a ser representado por hieróglifos.


A figura que aqui apresentamos é, apenas, o número 1254 representado pelo sistema grego dos hieróglifos. Este sistema foi abolido no tempo de Tales de Mileto, 600 anos a.C..